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DINO GAMES - GOD OF WAR RAGNARÖK: FIM DO MUNDO OU FIM DE UMA ERA? (COM SPOILERS)

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Se você chegou aqui do nada, saiba que tenho um artigo desse jogo SEM spoilers que tem outros detalhes além dos abordados aqui: https://blogfossilretro.wixsite.com/fossil-retro/post/dino-games-god-of-war-ragnar%C3%B6k-fim-do-mundo-ou-fim-de-uma-era-sem-spoilers


Como comentei em outra postagem, é muito difícil pontuar passagens relevantes desse game sem dar o mínimo de informação do conteúdo do jogo. A ideia aqui não é falar de grandes reviravoltas, mas sim de detalhes que impactaram minha visão sobre o jogo. Então, aqui vão alguns pontos positivos e negativos das minhas impressões:


Temos aqui o jogo mais sentimental da franquia. Dessa forma, é natural que o jogo trabalhe dimensões como a culpa, luto e, principalmente, vingança. O início, desde a visualização da nova habilidade de mutação de Atreus até a conversa com Thor e Odin, é incrível. Odin é como um mafioso, com seu jeito pacífico e persuasivo, mas que direciona elementos pra forçar o caos. Ele, junto a Thor, são meus novos personagens prediletos do game. É muito fácil visualizar Kratos em Thor, ao longo do jogo, principalmente ao perceber que ele não é nada mais do que um capacho de Odin, destinado a cumprir suas ordens.


Ainda nos personagens novos, vi muitos criticarem a passagem do Bosque de Ferro e a apresentação da personagem Angrboda. Pra mim, essa passagem é uma das partes mais importantes do game, porque fornece uma pausa na história principal e foca na história dos gigantes, o que tem tudo a ver com o destino do Loki. Fora isso, um dos meus bosses favoritos, a vó de Angrboda, está nessa passagem. Os murais com profecias agora oferecem passagens para um local arenoso onde elas podem ser visualizadas de forma deslumbrante. É simplesmente demais!


Porém, é notável que alguns personagens novos se provam de uma grande inutilidade. Durlin é um anão que serve a Odin, mas pouco participa durante a campanha principal. O Esquilo Ratatosk é uma novidade estranha, que também pouco interfere nos eventos. Atreus acaba fazendo um amigo asgardiano no caminho até encontrar Odin, que depois simplesmente se mostra inútil. É como se houvessem jogado luz nesses personagens sem uma função exata, restando as missões secundárias.


O jogo também apresenta eventos maravilhosos que são pouquíssimo explorados, como as Nornas do Destino e a Centelha do Mundo, um dos locais mais lindos (senão, o mais lindo) dos dois jogos do mundo nórdico. E de forma curiosa, os criadores deixaram Asgard mais rústica do que se espera, diferente da opulência esperada para uma morada de deuses, e isso é um ponto positivo.


Falando dos personagens principais que amamos, não acho que "God of War: Ragnarök" seja um bom título pra resumir esse jogo. Nosso foco principal da história não é mais o deus da guerra, Kratos, e ao longo do tempo veremos que também Týr não é nosso foco principal. Agora dividimos nossa jornada com os núcleos de Atreus, Freya, e muito mais. O pesar é que isso acaba impactando em como encaramos o próprio protagonista comparando no que conhecemos sobre ele. Aqui não existe a atenção focada em Kratos, mas sim em seu "hall da justiça nórdico".


Aqui temos um Kratos muito mais comedido e fraternal do que nos outros jogos, eu diria até que de forma desbalanceada. Calma, o jogo continua com sua violência que todos amamos, mas ter um Kratos mais sentimental faz com que gere, no mínimo, estranheza. Sinto falta do Kratos de 2018, que estava tentando ser um pai e equilibrar isso com seus impulsos e traumas gregos. O personagem pende muito mais pra "sabedoria" do que pra um personagem com falhas e traumas irreversíveis.


Por outro lado uma potencial vilã poderosa, Freya, deixa de ser vilã no meio do jogo. Ao meu ver, seu perdão ocorre de maneira muito rápida, e seu núcleo envolvendo o irmão Freyr é um dos pontos mais fracos do jogo. Freya é, pra mim, uma das maiores decepções.


Já o vilão master do game, Odin, tem um emaranhado de teias que cria um suspense ao longo de seu destino. Quando jogamos como Atreus buscando cumprir suas missões, é estranha a sensação de trabalhar para o "vilão", e isso é um ponto super positivo. Por outro lado, o Ragnarök em si é muito acelerado, e o desfecho do vilão é vazio. Sim, tudo é muito bem feito, o combate é divertido, mas é previsível. Odin merecia uma dedicação maior, levando em conta ser o mais sábio dos deuses, pareceu despreparado.


Também temos surpresas boas como as histórias de Sindri e Brok, além de um desfecho tristíssimo envolvendo os dois irmãos, um dos pontos mais altos do game. Junto a eles, também podemos aproveitar as várias criaturas novas, corrigindo o erro de batalhas repetitivas do jogo de 2018. Um exemplo é o lobo gigante Garm, também no meu grupo de melhores bosses do jogo. É colossal!


E Atreus? Ou melhor dizer Loki? Aqui fica uma grande incógnita. O jogo de 2018 mostrava um deus jovem, uma criança, com impulsos muito fortes e uma divisão ideológica que colocava os jogadores em dúvida: será que, assim como Kratos, um dia Atreus se voltará contra seu pai e se tornará também o deus da guerra? Aqui, por mais que eles divirjam sobre alguns rumos, o personagem não deixa parecer duvidar da sua moral. Sendo assim, o Loki do jogo é muito mais Atreus do que Loki, também apresentando certa previsibilidade. Jogar com ele é muito bom, como um personagem ágil, mas em alguns momentos jogar com ele pode ser como só sentir falta de jogar com Kratos. Gosto mais do que eu imaginei para Atreus do que o desfecho concretizado. O próprio destino dos gigantes, um dos fatores mais importantes do jogo, não tem uma conclusão, um grande ponto negativo.


Então não, não temos um jogo perfeito. É um jogo tecnicamente impecável, com uma narrativa que prende o jogador, mas ao meu ver arrisca pouquíssimo e até volta atrás em passos dados anteriormente. Isso pode ter acontecido por vários motivos, mas principalmente pensando nas "sequências". Mesmo dessa forma, o final é sim emocionante e entrega um olhar de Kratos nunca abordado nos outros jogos. Porém, ao meu ver, o termo "God of War" acabou por aqui. Kratos já não é o que representava, e se isso foi uma escolha boa ou ruim, fica para a interpretação de cada um. Um jogaço, belíssimo, mas que peca em algumas escolhas. Isso não o desqualifica, mas não inovar nos dias de hoje pode ser o maior risco que esse jogo tomou, já sofrendo as consequências (cadê o GOTY, Santa Monica?). Ótimo game!

















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