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DINO GAMES - O QUE THE LAST OF US PART II E SOUTH PARK: THE FRACTURED BUT WHOLE TEM EM COMUM?

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Se você conhece esses dois jogos, já sei a resposta que vai me dar: eles não tem nada em comum. Mas.. na verdade tem sim. Esses dois jogos tem muita personalidade, são "polêmicos" dentro de suas medidas e são jogos "perfeitos". Joguei os dois recentemente ('The Last of Us Part II' pela segunda vez) e tive alguns insights relacionados a esse mundo, cada vez mais concorrido e sedento por criatividade, dos games.


Nessa semana, o jogo 'The Last of Us' completa 10 anos de lançamento, e apesar de ser um JOGAÇO, confesso que sua sequência é meu jogo favorito de PS4. Esse jogo é uma experiência completa de aventura, drama e um misto de emoções que nenhum outro jogo me proporcionou, afinal aqui você é obrigado a jogar com personagens que te despertam uma aversão inicial, e depois são explorados tão profundamente que você descobre o verdadeiro vilão da história: o instinto de sobrevivência. Uma loucura! E claro, todos os gráficos incríveis, trilha sonora tocante, mecânica viciante e um suspense matador. Daria pra escrever um artigo só falando das qualidades desse jogo incrível, mas aqui vou deixar um pouco de lado a técnica e falar do que torna ele tão "único": é preciso muita coragem do estúdio para destruir o protagonista do jogo anterior e dar brilho a novos protagonistas nessa sequência. Chega um momento onde nem há mais tanta certeza sobre quem é o "verdadeiro protagonista", assim como são perdidas as noções de "herói" e "vilão". E com todo esse risco, claro que muitos fãs detestaram a história, e outros amaram, nos quais eu me incluo. É disruptivo, original e propõe ser mais que só "uma sequência" pra trazer a origem de novos e importantes personagens nesse mundo pós-apocalíptico.


E South Park? Confesso que conheço pouquíssimo da série mega famosa, mas resolvi me aventurar no jogo mesmo assim. 'South Park: The Fractured But Whole' foi um dos jogos dessa turma escolhidos por mim pra se aventurar e conhecer um pouco mais do seu universo, e caramba, que baita escolha. O jogo segue a linha RPG e acompanha você, o novato da turma, numa jornada de auto descobrimento para integrar uma liga de super heróis de bairro com poderes ridículos e missões mais ridículas ainda. De tão bobo, ofensivo, e exagerado, esse jogo é incrível. Seus mestres de tela incluem strippers, caras bêbados, uma maconha antropomorfizada, e por aí vai. A história é simples de entender, a mecânica do jogo ao mesmo tempo é limitada mas muito divertida, e conquistou completamente meu coração. É um mundo "aberto" dentro de seus limites, e consegue usufruir muito bem deles.


Bacana. E o que tudo isso tem a ver? Por que vale a pena falar desses dois jogos quando poderíamos falar de jogos em mundo aberto lotados de interações ou jogos com VR de última geração?


Porque o que vejo é que os jogos atuais, em grande parte, estão se tornando só gráficos mais realistas e sem nenhuma originalidade ou dedicação à sua mecânica, que pra mim é um pilar fundamental de um jogo excelente.


São vários os exemplos de jogos que seguiram a tendência da "mundo abertização" e expandiram seus mapas mas não conseguem cativar pelas suas histórias repetitivas e monótonas. Grandes pioneiros conseguiram fazer história pelo seu mundo aberto peculiar para seu tempo, como os casos dos jogos GTA, mas isso não significa que todo o resto iria alcançar a mesma façanha. Os dois jogos que citei no início fogem completamente dessa tendência. 'The Last of Us Part II' é totalmente linear, e mesmo nesse modelo consegue surpreender com suas viradas e atacar a emoção, seja pelos momentos de ação e terror, ou pelas ações dos personagens que nos fazem ser tão apegados. 'South Park: The Fractured But Whole' é irreverente, politicamente incorreto (muito muito muito), e não, você não pode fazer tudo. Não tem nem botão de pular no jogo. Seus poderes incluem derivações de flatulência, sua interação com o mundo tem limites (apesar da exploração ser liberada) e a mecânica de combate é popular no mundo RPG (não esse RPG em que o máximo que você chega é ter mil opções de formato de corpo e cabelo). Ou seja, é um jogo ridículo em que você PRECISA ser estratégico pra ganhar nas batalhas. Isso é genial.


A indústria de jogos e os consumidores de jogos se alimentam cada vez mais dessa ilusão de que jogos de mundo aberto ultrarrealistas são a saída para o que há de mais fantástico nesse entretenimento, mas de tempos em tempos surge um 'Fall Guys' para relembrar a todos que o sucesso de um jogo se dá muito mais pela mecânica do que pela "liberdade". O que valoriza o jogo é o que te mantém no jogo, e aos poucos, tornou-se muito repetitivo reter os jogadores num universo só pra cumprir mil missões secundárias. E 'Death Stranding' está aí pra comprovar que jogo com gráficos perfeitos também não é sinônimo de popularidade.


E mais resultados vemos por aí, como no último chatíssimo PlayStation Showcase, em que as novidades se resumem a equipamentos caríssimos que a maioria não pode comprar e lançamentos para uma "nova geração" de consoles que caberiam facilmente na geração anterior. Balelas que custam dinheiro para consumidores que as financiam.


Não estou aqui pra dizer que todos os jogos atuais são horríveis e que as inovações gráficas não servem pra nada. Só acho que muitas produções atuais não carregam a originalidade necessária para serem lembradas no futuro e que parte do que alimenta isso está na postura dos seus jogadores. Essa tendência não é exclusiva dos games, mas vejo há tempo nos filmes e livros também. As obras "novas" na verdade são as estruturas antigas com outras caras, com um visual moderno, politicamente corretos para agradar um público ou outro e claro, feito para vender. Me surpreendi ficando muito mais satisfeito em jogar esses dois títulos, de 2017 e 2020, do que alguns lançados mais recentemente. Se dê essa chance de perceber qual experiência lhe agrada mais, e aí falamos sobre otimismo nesse mercado. Os jogos são só mais um veículo que entrou nessa corrida de sobrevivência do entretenimento onde o genuíno é raridade.



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