Exatamente hoje (15/02) fiquei sabendo que Horizon: Forbidden West é um dos jogos a chegar ao catálogo da Playstation Plus Extra muito em breve. Por coincidência, acabo de finalizar a campanha do game, e seguindo o destino, acredito que minha visão será útil pra te animar (ou desanimar) em relação a ele.
HFW foi lançado numa época complicada em fevereiro de 2022 (completa 1 ano em 18/02), pois bem próximo a ele foi lançado o aguardado e inovador Elden Ring, que viria a ser considerado o título almejado de GOTY de 2022. E estar tão perto desse outro jogo foi um perigo que impactou diretamente as vendas do game.
"Mas os jogos são totalmente diferentes.." e são mesmo. Mas entenda uma coisa, meu querido leitor: a maior parcela da população não sai comprando dois jogos caros ao mesmo tempo. A escolha sempre pesa no bolso. Entre uma sequência e um jogo novo com proposta inovadora e ousada, mas com um criador aclamado, o segundo geralmente vence, e venceu. Elden Ring foi e ainda é um grande sucesso de vendas.
Com isso, HFW foi com certeza subestimado. Sequência direta de Horizon: Zero Dawn, o jogo prossegue na jornada da personagem guerreira protagonista Aloy. O que você pode, sem medo algum, esperar com certeza nesse game: gráficos lindíssimos de babar (e olha que eu joguei no PS4), a trilha sonora épica similar ao primeiro game, máquinas novas INCRÍVEIS e desafiadoras, e um mundo aberto riquíssimo pra explorar. HFW está muito longe de ser um jogo pra passar batido, e já te adianto que vale muito seu tempo.
Posso dizer que HFW foi uma segunda chance minha para a franquia, pois até hoje não terminei a campanha do Zero Dawn, um jogo que admiro desde que joguei a primeira vez, mas com uma progressão terrível, e por isso não terminei as 3 vezes que tentei joga-lo. Uma das minhas maiores críticas ao game era justamente a falta de equilíbrio de progressão, em que você era forçado a fazer várias secundárias e, mesmo assim, o nível de dificuldade não parecia acompanhar sua evolução.
HFW foi um suspiro de alegria pra mim ao notar logo nas primeiras horas que a evolução existia, e que pelas secundárias bem desenvolvidas era possível evoluir de forma mais clara. Não somente isso, as habilidades, trajes e confecção de armas estão muuuuito melhores do que no primeiro game.
Não somente no quesito evolução, o jogo melhorou muito na dinâmica RPG. O que antes eram falas robóticas com os NPCs agora tiveram todo o capricho pra soar mais natural, e claro, mais dramático.
E posso arriscar afirmar que esse é o jogo com momentos aquáticos MAIS LINDO que já experimentei. Realmente, estar debaixo d'água nesse mundo é ter um segundo mundo aberto pra explorar, e é visualmente impecável. A mecânica de mergulho é muito bacana, e não me recordo de algum game pra comparar. A mecânica fora d'água também é muito fluída. Não tenho absolutamente nada para criticar sobre sistema de batalha, que é formidável e super claro. Tudo é muito gostoso de jogar, e desafiador na medida certa!
A arte é maravilhosa, e muito rica. Melhorou os detalhes que já eram muitos no primeiro game, e elevou o nível. Aqui temos cenários gigantescos esplendorosos, o meu preferido sendo Las Vegas, que conhecemos como um deserto, e depois.. vemos tudo que tem a oferecer. Fora isso, a arte da personagem também melhorou, agora é possível até pintar o rosto com formas tribais.
Nem tudo são flores. Apesar de sua mecânica agradável e visual impecável, muito do que vemos aqui já tínhamos no primeiro game. Sim, aqui está bem melhor, porém um quesito não mudou muito.. a velocidade de história. Não considero a história de HFW um grande atrativo, e num jogo onde existe uma campanha a seguir, isso é um grande impacto, principalmente considerando num jogo onde executar as missões secundárias é fundamental para evoluir o personagem. O tom "guerreiro" da história afasta Aloy e os outros personagens da emoção e prefere focar na ação. O jogo é gostoso de jogar? Sim. Mas confesso que chegou um momento onde parecia que a história não acabaria nunca. Tudo parece muito longo, e em alguns momentos pode sim ser cansativo. O combate, por exemplo, que é bem estruturado, pode começar a pesar quando, simplesmente por cavalgar em algum lugar com mais máquinas, você se ver na necessidade de derrota-las.
Outro fator que pesa para isso é o número de personagens na história. Não dá pra você criar vínculo, pois são muitas pessoas. Criar vínculo aqui é importante para tolerar esse tempo mais longo que o jogo pede. Apesar de ser um mundo aberto muito bem construído e lotado de detalhes, você provavelmente vai começar a usar muito os atalhos de fogueiras, porque percorrer tudo não é prazeroso. Ou seja, HFW sofre do mal dos jogos de mundo aberto atual: grandes demais com uma mecânica de deslocamento abaixo do que deveria ser. Um bom exemplo são as máquinas voadoras, que apesar de serem montarias FANTÁSTICAS, são extremamente lentas.
Me diverti demais com o game, e com certeza se tornou uma referência para várias questões visuais e mecânicas, porém jogue sabendo que é um jogo comprido. Eu confesso não ter paciência para jogos muito longos no geral, mas parto do princípio de que, se o jogo é longo, deve utilizar mecânicas que promovam motivação pela diversão. Um exemplo que pra mim é perfeito, nesse sentido, é o que Spider Man fez, lá tenho 0 vontade de usar atalhos, porque.. se pendurar em teias é muito mais divertido.
Talvez o maior defeito de HFW em resumo seja que ele se leva a sério demais. Às vezes vale a pena quebrar regras para tornar tudo mais divertido. De qualquer forma, já evoluiu muito com relação ao anterior, e estou animado para ver as inovações, e ousadias, que uma próxima sequência pode oferecer. De fato, se tornou um game subestimado devido a péssima estratégia de vendas. Merece todos os reconhecimentos técnicos, mas falta agilidade e, ironicamente, uma certa dose de liberdade. Pra quem tem a PS Plus Extra, aproveitem sem medo (e sem hora de parar, se aguentar)!
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