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LUZ, CÂMERAS, OSSOS! LIGHTYEAR: ANOS LUZ DO BUZZ QUE CONHECEMOS

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Lightyear não é o que o público espera, mas possui seu valor apostando em reflexões sobre erros e a superação dos fracassos.

Não, esse não é o Buzz Lightyear de Toy Story. Imagine que uma fábrica de brinquedos resolva, um dia, fazer um brinquedo seu. Um(a) boneco(a) totalmente inspirado no seu visual, inclusive irá levar o seu nome. Contudo, no mundo de Toy Story, cada brinquedo tem uma personalidade, e você continuará sendo você e o brinquedo terá uma personalidade própria. É mais ou menos isso que acontece com Buzz, uma aposta super perigosa da Disney/Pixar. É compreensível? Em partes, sim, mas em grande parte não. Em Toy Story 2, por exemplo, temos cenas com vários bonecos Buzz, onde cada um deles possui uma personalidade. Por outro lado.. por quê fazer um filme sobre o Buzz onde ele é simplesmente.. outra pessoa?

Dessa forma, Disney/Pixar nos lançam Lightyear, um filme que, apesar de sua justificativa fraquíssima, tem uma história interessante. Para avaliarmos, vamos fingir que o nome do personagem principal não leva o mesmo nome/características visuais de um dos personagens mais amados da história da animação em cinema.

Focando na parte técnica, Lightyear é praticamente impecável. As cenas no espaço são simplesmente formidáveis, é um filme de ação em animação sem faltar qualidades. Os efeitos sonoros são convincentes, os gráficos são lindos e hiper detalhados, e não consigo me lembrar de outra animação que tenha trabalhado tão bem os efeitos em espaço, principalmente as cenas em que algum personagem esteja fora da nave.

Apesar de não termos nenhum milagre da atuação aqui, a história é levada de maneira curiosa. A transição dos anos devido a hipervelocidade é forte e reforça a solidão que Buzz sentiu, já estando muito longe de casa. A trama aposta em conflitos pessoais do próprio Buzz em relação a aceitar os fracassos causados por ele e os impactos nos passageiros da nave que comandava. O quarteto que o acompanha na história, apesar das inúmeras críticas do público, retrata justamente aquilo que Buzz não consegue lidar: são erros personificados. Com isso tudo, a história retrata como a falta de compaixão pelo outro, e por nós mesmos, pode nos deixar irreconhecíveis.

Algumas cenas fazem bastante referência visual a clássicos de ficção científica, como 2001 de Kubrick e Interestellar de Nolan, e é divertido ver essa mescla em tela sobretudo para os amantes do gênero, como eu. Por outro lado, existem fraquezas, como a lentidão de andamento em algumas partes e o minimamente amado pelo público Sox, o gatinho robô, que apesar de ter um papel fundamental na trama.. foi claramente criado pra vender brinquedos.

É difícil prever o futuro que a Disney/Pixar planejam para esse filme, já que ele abre portas para sequências ou até mesmo uma série animada, ficando claro que o intuito aqui é render. Por outro lado, dificilmente o público vai se interessar por algo que já os decepcionou. A experiência é sempre individual. É compreensível a decepção no sentido de que o filme leva as pessoas ao cinema pela nostalgia, mas não entrega nada daquilo que elas já conhecem, quase uma propaganda enganosa. Por outro lado.. reconheço a ousadia de brincar com o conhecido e tentar mostrar um outro ângulo, o que é um grande ponto positivo. O filme possui, sobretudo, cenas muito emocionantes e uma ótima reflexão, além de um visual deslumbrante. Pra quem não viu, veja pensando que aqui Buzz é mais do que um brinquedo, é o Buzz ser humano que estamos vendo evoluir. Ótimo filme!


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