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LUZ, CÂMERA, OSSOS - HOUSE OF THE DRAGON: UMA FAMÍLIA ARDENTE EM UMA SÉRIE SANGUINÁRIA

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A Casa do Dragão é uma surpresa chocante para quem nunca teve contato com Game of Thrones, e uma divisora para os que já conhecem o universo. Um adjetivo é inegável: certeira!


Não assisti nenhuma temporada de Game of Thrones, mas já assisti (há muito tempo) seus dois primeiros episódios da primeira temporada. Só conseguia lembrar de um clima meio exagerado de uma família gigantesca, muito palavreado e sexo. Game of Thrones para mim era sinônimo de uma série "bruta" com alto orçamento e fãs muito fiéis. Mesmo com todo esse parecer opulento, assim que houve a divulgação de "House of The Dragon", me interessei ao saber que a série se passa 300 anos antes da primeira história, com um foco na "família" que tem maior interação com uma das minhas criaturas fantásticas favoritas: dragões. Eu não poderia ter tomado decisão melhor do que dar essa chance.


A série é um épico sobre, principalmente, política. Dominação, poder e estratégia são os personagens principais, e isso implica em muitas questões. Isso já mostra que, aqui, família não está em primeiro lugar. Apesar de focar em alguns personagens em específico, também não existem protagonistas. A disputa pelo poder é a protagonista, em todos os momentos, da infância dos personagens à sua fase adulta. É maior do que eles, e isso vai engolir seus desejos humanos, assim como os resquícios de ética. O interesse é sempre o que reina.


Por mais que seja uma série com "fantasia", esse plano de fundo vira um segundo plano visual maravilhoso, mas que não é o cume da história. Diferente de outras histórias épicas como "O Senhor dos Anéis", aqui o foco maior não é na mitologia e nos significados da jornada, mas sim nas ações e nas ambições desses humanos com grandes poderes sobre seus povos.


Unida à sua trama afiada está um elenco igualmente afiado. Milly Alcock e Emma D'Arcy personificam Rhaenyra com suas diferentes fases, mas igualmente poderosas. Matt Smith, Olivia Cooke e Emily Carey brilham com aqueles personagens que amam nos incomodar. Outros destaques incríveis ficam para Paddy Considine, com sua transformação visual e emocional ao longo da trama, e a inflexível Eve Best. Um time de milhões fazendo um trabalho incrível e cheio de química.


Não somente o elenco traz os tons da série, mas os figurinos, cenários belíssimos, efeitos especiais, trilha sonora e cenas de batalha. Sim, A Casa do Dragão é um pacote completo. Além disso, traz a elegância que tirou minha antiga impressão de GOT. Aqui as cenas de sexo são mais trabalhadas, o que as torna mais atraentes ou perigosas. E para você que nunca entrou nesse universo, se prepare: temos incesto, violência exposta e várias loucuras ao longo da temporada. Não é uma série tranquila.


O que mais impressiona a cada episódio é a capacidade de fisgar o telespectador pela ansiedade. Uma vez que você pega a dinâmica da história, cada final de episódio traz uma reviravolta que te obriga a querer assistir ao próximo. Os personagens que mais parecem certos de suas convicções são colocados à prova, vilões são vistos como heróis em outro momento e vice-versa. Tudo, realmente, pode acontecer. E por isso.. tente não se apegar a nenhum personagem específico. Existem saltos temporais (que ocorrem muito no livro, Fogo e Sangue), além das mortes repentinas. A briga pela linhagem até o trono de ferro é muito sedenta, e por isso qualquer personagem pode ser volátil.


No final, a família Targaryen se consolida nessa série recheada de promessas boas oferecidas pela primeira temporada. No começo pensei "não vou decorar metade dos nomes desse pessoal", e no final, você já tem todos na cabeça. A série me convenceu a ler o livro que a inspirou, Fogo e Sangue, e me mostrou que a série já começa beeem longe do início do livro, onde ainda mais tragédias acontecem. George R. R. Martin com certeza me conquistou para esse universo que, apesar de rico em detalhes, consegue focar nas proezas da corrupção humana na busca pela sobrevivência e pelo poder. Os dragões, além de criaturas visuais admiráveis, são armas e símbolos do que os Targaryen têm como potencial de domínio. Em um período de histórias mornas, a temporada é uma chama acessa para os admiradores de uma história imersiva. Excelente!




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1件のコメント


Hugo Alves
Hugo Alves
2023年3月05日

Você vai maratonar GOT comigo, anote isso.

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