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DIÁRIO DE ESCAVADOR - CNV: O QUE A BOCA DIZ, O CORAÇÃO SENTE (E O QUE NÃO DIZ.. TAMBÉM!)

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Olá, esqueletinhos!


Resolvi publicar um artigo sobre COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA (CNV) no meu LinkedIn, pois acredito ser um tema extremamente útil no ambiente corporativo. Trago o mesmo conteúdo para cá na nossa sessão sobre mercado de trabalho, espero que gostem!


Sabe aquela última discussão calorosa que você teve no trabalho? É natural que ela exista. Os conflitos de ideias do nosso dia a dia existem e através deles podemos extrair excelentes percepções que unam o útil ao agradável.


Porém.. não foi o caso? Todo mundo só ficou em silêncio enquanto você se considerou compreendido? Não viu mudança nenhuma depois da conversa? Será que você se expressou da melhor forma? E mais importante, será que você escutou o que os outros expressaram?


O livro "Comunicação Não Violenta" de Marshall B. Rosenberg explica sobre essa metodologia, de mesmo nome porém abreviada para CNV, que consiste em um exercício constante da reflexão da expressão e de como colocamos nossas necessidades na conversa.


O título pode indicar que a metodologia sugira uma conversação mais "calma" ou "branda", mas não se engane, o sentido não é esse. Pra ficar mais claro, poderíamos chamar de "Comunicação Eficiente", pois é justamente o que os componentes da CNV nos ensinam para que nossas conversas, e conflitos, tenham algum resultado ao invés de frustrações. Vou abordar brevemente cada um deles:


1. OBSERVAÇÃO - Ao conversar sobre uma situação, é necessário pontuar especificamente alguma ação ou comportamento factuais, não trazendo generalizações que possam indicar julgamentos. Exemplo: "Você é muito desorganizado!". Qual foi a ação dessa pessoa que te pareceu falta de organização?


2. SENTIMENTOS - Quando você observou aquela ação, o que isso te despertou? Qual emoção você sentiu? Ao nomear especificamente nossos sentimentos, estamos sendo transparentes e formando uma conexão. Cuidado para não usar termos muito amplos como "Me sinto bem/mal". Seja específico.


3. NECESSIDADES - Por quê você teve esse sentimento? Qual necessidade você precisa sanar que não está sendo atendida? Além de saber o que você sente, é necessário saber o que você quer.


4. PEDIDOS - Não são exigências e nem solicitações unidas de culpa ou sugestão de punição. É a exposição das nossas necessidades com clareza, sem termos abstratos, indo direto ao ponto, sempre com educação.


Que tal um exemplo? Vamos imaginar que Michael Jackson, meu colega de trabalho, tenha perdido um relatório importante para uma apresentação que acontecerá ao final do dia. Ele está responsável por deixar esse relatório pronto para uma apresentação em conjunto.


Exemplo sem a CNV:

"Michael, que desorganização. Como pôde perder o relatório? Isso é falta de responsabilidade. Se não conseguir deixar isso pronto até o final do dia, nem quero ver o que vai acontecer. Dê um jeito nessa situação."


Agora vamos tentar aplicar os 4 componentes nessa conversa.


Exemplo sugerido com aplicação da CNV:

"Michael, parece que realmente perdeu o relatório. Estou nervoso por essa perca, porque a apresentação é daqui algumas horas e não ter o relatório pronto me deixa inseguro. Preciso do relatório em mãos para que eu possa checar as informações com antecedência antes da apresentação. Eu gostaria que você preparasse o relatório novamente e então revisaremos juntos."


Eu sei, provavelmente você está pensando "Falar é fácil! Quero ver no dia a dia!". Sim, estudar a metodologia é bem mais fácil do que colocar em prática. Porém, já no primeiro momento conseguimos tirar algumas lições valiosas:


1. A comunicação flui muito melhor quando sabemos sobre nós, o que estamos sentindo e o que precisamos. Um dos maiores desafios de nos comunicarmos é nos traduzirmos para o próximo. Ou seja, a CNV estimula o autoconhecimento.


2. A CNV faz com que pensemos antes de falar, por isso é CONSCIENTE, lutando contra uma comunicação ALIENANTE. Ou seja, falar por falar não funciona aqui.


3. Se não conseguir aplicar a CNV na sua fala, utilize ouvindo o que os outros dizem. Será que aquela frase mais "agressiva" do outro na verdade só revela uma necessidade não atendida? Ao buscar entender os sentimentos e necessidades do outro, estamos exercitando a empatia.


4. A CNV ensina a nos responsabilizarmos pelos nossos sentimentos e pelas nossas necessidades. O que acontece no meio são estímulos, mas o que sentimos é responsabilidade nossa, assim como nossas escolhas.


5. Não pedir, não falar e não se expressar é violência contra nós mesmos. Se não há compaixão conosco, quem dirá pelos outros.


Confesso que fiquei surpreso com a leitura. O livro oferece vários exemplos e exercícios práticos (sim, mesmo escritos!). Aborda a CNV em vários contextos como empatia, raiva, mediação e solução de conflitos e até elogios!


Não somente para o convívio no trabalho, a CNV abre as possibilidades de comunicação para o convívio na vida! Encerro deixando uma pequena definição sobre a CNV pelo autor:


"As palavras, em vez de reações repetitivas e automáticas, tornam-se respostas conscientes, firmemente fundadas na consciência do que percebemos, sentimos e desejamos."


- Marshall B. Rosenberg

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